Movimentos de economia solidária, agricultura familiar, turismo de base comunitária, arte e cultura consagram o território do Encontro das Águas em um polo de inovação social e valorização do protagonismo comunitário e do empreendedorismo amazônico, com total foco na sustentabilidade e no bem viver dos territórios e comunidades.
No dia 27 de Abril de 2025 o Converge Amazônia deu um verdadeiro ponta pé inicial em projetos e ações que convergem para a revolução nos territórios, promovendo uma experiência de reavivamento e potencialização das comunidades localizadas na Zona Leste de Manaus, no entorno do Encontro das Águas, fenômeno que ocorre na tríplice fronteira de Manaus, Careiro e Iranduba, potencializando o protagonismo comunitário pela inovação e sustentabilidade. A experiência foi construída por muitas mãos, e juntas, formaram um roteiro de turismo de base comunitária inovador e que abre caminhos para grandes possibilidades. Com a iniciativa do Amazonas Comunitour, organizado por Matheus Amazônia e Eliton Gomes, formou-se um grupo de 25 fotógrafos e familiares que toparam fazer parte do projeto piloto que percorreu o território encontro das Águas, com foco nos bairros do Puraquequara e Colônia Antônio Aleixo. A experiência começou com a recepção por Matheus Amazônia e Marcelo Silva na entrada da Vila do Puraquequara, onde há um painel com obras artesanais feitas pelo artesão Getúlio Garrido, feito em madeira e cimento, apresentando o peixe poraquê, símbolo local e que dá nome ao bairro e um tucunaré, símbolo da pesca esportiva muito, e ainda, praticada, anos atrás quando o Puraquequara fora um importante destino turístico, potencial que estamos resgatando e reavivando com essa experiência.
Amazonas Comunitour, Mulheres Solidárias em Ação e Mirante do Lago promovem reavivamento de territórios e comunidades e juntos despertam novos olhares para a Zona Leste de Manaus, do Amazonas.
Ao chegar no Puraquequara fizemos um tour panorâmico contemplando a vista para os principais pontos das comunidades, perpassando pelo Ramal do Giró onde há plantações e trabalho com a agricultura familiar, CETI Irmã Gabriele Cogels, Paróquia Mãe dos Pobres, fazendo a primeira parada no Restaurante Piracaia, um lugar incrível com uma bela vista para o Lago do Puraquequara e estrutura aconchegante, com decoração cenográfica típica das comunidades amazônicas. Em seguida, na mesma rua, adentramos ao Orquidário Amazonas, do memorável Willis Silva, um pesquisador botânico de plantas e orquídeas cheio de sabedoria e histórias para contar. Em seguida, seguimos para a sede de São Sebastião, onde aconteceu a 1ª Feira Puraquê Solidária Mulheres em Ação, onde fomos recebidos com muita animação, acolhimento e entusiasmo, com abraços fraternos e olhares de afetividade, pura energia e simpatia.
Após esse momento histórico de encontro de potencias na feira, seguimos para o Porto do Papudinho, um dos lugares mais importante da comunidade, pois é um dos principais locais de embarque e desembarque de passageiros e de carga, que infelizmente não conta com uma boa estrutura, e é nosso deve destacar a necessidade de melhoria. Lá embarcamos no barco a motor Olindo Carlos, do seu Olindo, pilotado pelo Senhor… O trem de rio do Converge Amazônia seguiu margeando o Lago e o Rio do Puraquequara, destacando as paisagens ao longo do percurso, tendo o reconhecimento do grupo sobre o mirante do Piracaia, onde fizemos a nossa primeira parada, perpassando por flutuantes comerciais e residenciais, até adentrar no Rio Puraquequara onde podemos contemplar a vida ribeirinha, a frente de algumas comunidades da bacia Hidrográfica do Puraquequara, que é a bacia mais preservada de Manaus, com uma extensão de aproximadamente 700 quilômetros, e possui mais de 80 rios e igarapés.
O evento foi organizado pelo grupo de Mulheres Solidárias em Ação em parceria com as comunidades rurais e ribeirinhas. Com apoio da Cáritas e Rede Biribá, o evento foi estruturado com barracas onde os empreendedores locais, artesãos, agricultores, criadores de produtos sustentáveis com soluções baseadas na natureza, puderam expor e vender, concebendo um lindo espaço múltiplo e diverso, sortido de produtos sustentáveis, onde reinou a fraternidade e o espírito coletivo. Com apoio da Ciranda de São Sebastião, coordenado pela professora Nazaré Sampaio, o evento foi abrilhantado pelas jovens cirandeiras que protagonizaram um lindo desfile dos produtos da economia solidária fabricados pelo atelier Mulheres Solidárias em Ação. O almoço, feito pelo grupo de gastronomia das Mulheres Solidárias, foi de jaraqui frito com baião de dois, vinagrete e farofa, muito saboroso e crocante, o jaraqui é um peixe típico da região, muito apreciado pelos amazônidas e símbolo da culinária local. Projeta-se a continuidade do projeto com a realização de mais edições ao longo do ano e estamos altamente entusiasmados com a ideia que surgiu em rodas de conversa promovidas pelo Converge Amazônia.
Ao desembarcar, no porto do Papudinho seguimos o caminho em direção à Colônia Antônio Aleixo, bairro situado à frente do Encontro das Águas, tendo uma vista privilegiada para o fenômeno. Lá fomos recebidos pelo seu Estrela no Restaurante Subindo para o Céu, que tem uma vista incrível para o berço do Rio Amazonas, o encontro das águas do Rio Negro e Rio Solimões. Foi um momento de muito prestígio especialmente para os fotógrafos que vibraram com a vista e fizeram belissimos registros fotográficos. Em seguida, partimos para o Mirante do Lago, uma ideia de dona Regina de transformar um lugar de lixeira viciada em um lindo espaço de encontros e eventos conectados a linda paisagem do Lago do Aleixo, paralelo ao Encontro das Águas, onde fomos muito bem recebidos pelo grupo Sempre Amigos formado pelas senhoras, mães e avós da Colônia Antônio Aleixo, que vibraram dançando o carimbó, cultura e tradição típica do norte com ênfase no fazer paraense de dançar e tocar música, rodando as saias das damas e com palmas dos cavalheiros.
Fizeram parte desta experiência e atuaram ativamente para o sucesso as seguintes organizações que juntos formam o Converge Amazônia nesta experiência de reavivamento: Mulheres Solidárias em Ação, Cáritas Arquidiocesana, Rede Biribá, Paróquia Mãe dos Pobres, Irmãs Azuis de Nsa. Sra. da Conceição, A Beleza Amazônica Tur, Ciranda de São Sebastião, Mirante do Lago, Associação dos Movimentos Ambientais do Amazonas - AMA, Observatório Socioambiental Encontro das Águas - OSEAS. A jornada, construída por organizações e em coletividade deixa claro: Manaus tem uma Amazônia pulsante além do centro urbano, e ela está pronta para ser descoberta. O Converge Amazônia é só o começo.